EvilTalk - Por que RE CODE: Veronica é o jogo mais desmerecido da
Por um escritor misterioso
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No EvilTalk, nossos redatores irão apresentar, em texto, suas opiniões acerca dos mais variados assuntos que envolvem a franquia Resident Evil e demais obras do terror/survival horror, em uma narrativa questionadora e que dará preferência à abordagem de temas polêmicos e que geram discussão na base de fãs do jogo em questão. ATENÇÃO: todo o exposto nos textos do EvilTalk refletirão unicamente as opiniões e convicções do Redator responsável pela publicação. Neste texto, o tema a ser abordado por nosso Redator Alisson Fuly será: Por que Resident Evil CODE: Veronica é o jogo mais desmerecido da franquia Resident Evil? Lançado primeiramente para o Dreamcast em fevereiro do ano 2000, Resident Evil CODE Veronica foi bem elogiado em sua época de lançamento pelos bons gráficos, jogabilidade mais apurada e um dos enredos mais fortes da franquia Resident Evil. Mesmo sendo considerado o ‘’verdadeiro Resident Evil 3’’, o jogo infelizmente não teve a repercussão que a Capcom queria, mesmo com o grande esforço da mesma e mesmo com as participações de Shinji Mikami e Noboru Sugimura (responsável por grande parte dos enredos da franquia nesta época); além disso, o jogo também costuma ser esquecido por uma parte dos fãs. Neste artigo, você vai entender o que fez com que o jogo não tivesse esse reconhecimento e o porque de ele ser muito maior do que aparenta. Primeiro de tudo, deixemos claro: é impossível fazer um texto explicando o desenvolvimento de CODE Veronica sem citar RE3. Os planos de lançamento de um terceiro título para a franquia começaram antes mesmo do lançamento de RE2; a Capcom já estava planejando o terceiro título e até mesmo abrindo terreno na história de RE2 para uma possível sequência, tanto que um dos fatores que fizeram com que RE 1.5 (a beta de RE2) fosse cancelada foi justamente o fato dos desenvolvedores acreditarem que o jogo não chamaria a atenção dos fãs o suficiente para um terceiro game. Após o enorme sucesso de RE2 no PS1, a Capcom começou a projetar inúmeros lançamentos da série para diferentes plataformas e uma delas era de transportar RE2 para o Sega Saturn. Apesar do port ter dado certo no Nintendo 64, Shinji Mikami percebeu que não seria possível fazer a transição sem mudar muito a qualidade do RE2 original e como ele e a Capcom não queriam desagradar os fãs da Sega, foi decidido que o próximo jogo da franquia seria lançado para a futura plataforma do nosso querido ouriço. Nesta mesma época, outro título estrelando Jill Valentine estava sendo produzido, porém o jogo (que só existiu devido a um contrato de exclusividade com a Sony que a obrigava a lançar mais um título para o PSone) estava sendo produzido e pensado para ser um Spin-off, tanto que a Capcom só decidiu colocar o ‘’3’’ no título pouco antes do lançamento do game (com o intuito de vender mais) e nem sequer teve a participação de Noburo Sugimura no desenvolvimento; foi decidido então que a sequência direta de RE2 seria lançado para o Dreamcast. Deixando isso claro, vamos direto ao foco deste texto. Lançado em 1998 no Japão e em 1999 nos EUA, o Dreamcast era a proposta mais audaciosa por parte da Sega. Ele seria o console definitivo e o sonho de consumo de todo gamer, com o salto de geração da era ‘’32 bits’’ para a era ‘’128 bits’’, sons e gráficos incomparáveis, jogos super interativos, além de possuir internet incluída com modem e tudo, ou seja, seria o retorno definitivo da Sega e de fato foi no começo, pois o aparelho somou boas vendas. Dois anos depois, entretanto, o console deixou de ser fabricado e acabou fracassando e junto com ele levou vários jogos como Shenmue. Uma série de eventos fizeram com que isso acontecesse, incluindo pirataria, a falta de confiança que a Sega havia passado a seus fãs devido ao desempenho fraco de seus consoles anteriores, o fato do aparelho ainda usar CD ao invés de DVD como mídia principal e também o enorme sucesso do PlayStation 2 lançado meses depois do Dreamcast. O fato do Dreamcast ter fracassado fez com que poucas pessoas tivessem acesso a RE CODE Veronica, além disso o jogo também não contou com uma numeração, o que fez com que algumas pessoas interpretassem o jogo como sendo um Spin-off quando na verdade era justamente o oposto do que a Capcom planejava originalmente com o jogo do Nemesis do PS1. Mas tudo bem! ainda havia o PlayStation 2 e o Nintendo Gamecube, então bastava apenas transportar o título para estas plataformas, certo? Bom é aí que entra o fator “Crapcom” meus amigos, e sim o ‘’R’’ foi intencional. Por mais que a Capcom (que nomeou os ports de CODE Veronica X) tenha adicionado novas cutscenes como um encontro entre Claire e Wesker, uma briga mais intensa entre Alexia e Wesker (que foi massacrado na versão do Dreamcast) e o épico final entre Chris e Wesker, nada justificou o preço abusivo de um jogo que havia sido lançado meses antes, como se ele fosse um lançamento. Além disso, tanto o PS2 quanto o Gamecube possuíam algumas vantagens significativas em relação ao Dreamcast: a plataforma da Sony possuía capacidade maior de memória, permitindo maior sofisticação, e o Gamecube por sua vez tinha o maior Hardware até então.. ainda assim, ambos os ports tiveram mudanças insignificantes. Os gráficos, sons e a jogabilidade não tiveram mudanças e ficavam até ultrapassados em alguns momentos. A Capcom quis que o jogo tivesse o grande sucesso que merecia sem nem tocar nele direito e fazendo mudanças porcas nos ports. Obviamente isso não deu certo: tanto os jogadores quanto os críticos de games odiaram as versões de PS2 e principalmente a do Gamecube que foi lançada em 2003, três anos depois da versão original. Alguns sites nem sequer escreveram reviews para o port do jogo, já que era o mesmo da versão do Dreamcast sem mudança nenhuma. O mais irônico é que as versões de RE2 e RE3 para Gamecube tiveram muita atenção da Capcom, o que não ocorreu com CODE Veronica. A Capcom ficou tão confusa com o que fazer com o jogo que até nomeou ele como Spin-off, já que, se ninguém jogou o game, como eles poderiam fazer sequencia de algo que ninguém conhece? Tanto que nem sequer citaram o jogo em RE4. Felizmente, a empresa voltou atrás e fez dele um jogo canônico como sempre teve que ser, com citações em RE5, RE6 e Darkside Chronicles, e isso repercutiu entre os fãs também. Com certeza você já se deparou com a clássica (e irritante) frase: ‘’Resident Evil acabou no 3’’, e isso está bem longe da verdade e não tem como culpar muito os jogadores, pois a maioria deles simplesmente não tiveram a oportunidade de jogar CODE Veronica, Na geração do PS3 e Xbox 360, a Capcom até lançou um belo Remaster para ambas as plataformas, que pode até ser considerada a melhor versão do jogo, mas já era tarde demais: o jogo não vendeu o que a Capcom esperava, ficando de escanteio mais uma vez. Já no PS4, a Capcom teve tanta preguiça mas tanta preguiça que nem sequer portou para o PS4 a versão do PS3, mas sim a do PS2 e com um preço absurdo ainda: R$ 40,00 na PSN. O mais triste disso tudo é que o jogo é um dos melhores da série, dentre os clássicos é o que possui a maior história, os dois vilões são épicos, os inimigos são marcantes (vide Nosferatu), foi nele que a rivalidade entre Chris e Wesker começou, o encontro entre os irmãos Redfield só está aqui, pela primeira vez um personagem de peso como Steve morreu, além de ter sido o primeiro jogo da franquia a utilizar o 3D, permitindo um ângulo melhor de câmera e também trouxe o movimento nos rostos dos personagens que não havia nos anteriores. Também foi o primeiro jogo a ter cenários diferentes: enquanto os três primeiros jogos se passavam nos EUA, CODE Veronica se passa em uma ilha que remete a Europa, trazendo assim cenários mais originais e históricos, ah, e sem falar ainda na trilha sonora que também não decepcionava. Com tudo isso em claro, é nítido o porque de CODE Veronica ser o jogo mais azarado da franquia. Ninguém culpa a Capcom pelo que aconteceu com o Dreamcast, porém nada justifica o que ela fez com o jogo em outras plataformas. Ele merecia muito mais, e não é nada injusto afirmar que ele é um dos jogos da franquia que mais necessitam de um Remake, afinal, ele nunca teve espaço para brilhar. Alexia Ashford é a melhor da vilã da franquia e quase ninguém a cita, e alguns sites até mesmo cometem o erro absurdo de esquecer o game quando fazem algum Top 10, dentre outros vários outros absurdos. O Remake seria a chance dele finalmente mostrar para o que veio, só imaginem a Alexia descendo as Escadas em HD e partindo para cima do Wesker, me arrepio só de imaginar! CODE Veronica é um gigante, e isto precisa ser reconhecido por todos os fãs da franquia! Alisson FulyRedator e Editor de Imagens do EvilHazard, de Minas Gerais/MG, narrador e grande colecionador, conheceu Resident Evil aos 9 anos e desde então não parou mais, um cara bem tranquilo, mas não fale bem dos filmes de Resident Evil do lado dele. Post Views: 4.066 Comments comments
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